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Punk Rock no Brasil: A Revolução em Três Acordes e Meio

Por Digo Serrão

Se você acha que o Brasil é só samba, carnaval e futebol, você vai contar uma história de barulho, moicanos e muita rebeldia. É o Punk Rock tropical! Sim, porque se os britânicos conseguiram reclamação do governo com guitarras distorcidas e jaquetas de couro, o brasileiro fez o mesmo… só que com um calor de 40 graus, transporte público precário e uma fila no SUS de bônus.

Começo no Subúrbio: O Berço do Punk Brasileiro

Enquanto Londres estava intensamente quebrando vitrine e gritando “Anarchy in the UK”, aqui o pessoal de São Paulo não ficou para trás. Só que em vez de reclamação da Rainha, a galera tinha problemas mais sérios: inflação, fila no mercado e os ônibus que não passavam. Afinal, como ser punk se você não consegue nem pegar o busão a tempo pro show?

Foi lá pelos anos 70 que o punk chegou no Brasil, e São Paulo virou o epicentro dessa revolução sonora. O bairro da periferia era o palco perfeito: concreto, sujeira, desespero social… e por que não, um microfone ligado em uma caixa velha e a vontade de gritar para o mundo?

As Primeiras Bandas: Guitarra, Tapa na Cara e Muito Gás

Bandas como Inocentes , Cólera e Ratos de Porão não só apareceram — elas explodiram . Esses caras não queriam saber de harmonias melódicas ou letras poéticas. Era tudo na base da urgência. Com três acordes e um grito rouco, eles fizeram mais barulho que panelaço na noite de pronunciamento presidencial.

Como letras? Ah, esses eram um soco no estômago do sistema. Enquanto no Reino Unido a galera berrava contra o tédio e o desemprego, no Brasil o papo era sobre sobreviver: desigualdade, fome, abuso policial e, claro, reclamação do governo. Afinal, ser punk por aqui é um ato de resistência diário, já que o caos não é apenas filosófico — é literal.

Shows de Punk no Brasil: Arena ou Campo de Batalha?

Você já foi a um show de punk no Brasil? Se não foi, saiba que cada apresentação era (e ainda é) uma experiência tão intensa quanto um episódio de Gladiadores na TV. Mas ao invés de espadas e escudos, eram coturnos, socos no ar e pogo . Se você saiu de um show sem um roxo no braço, bom, você não estava no show certo.

O Carbono 14 e o Hangar 110 foram os templos do punk paulistano. Se São Paulo é famosa por suas filas gigantes, nos shows de punk a única fila que existia era a de coturnos prontos para chutar — metaforicamente, claro. Era suor, cerveja barata e muita variedade.

O Estilo Punk: Um Moicano no Carnaval

O visual punk por aqui também ganhou seu toque brasileiro. Claro, temos os clássicos: o moicano, os alfinetes e as jaquetas rasgadas. Mas uma verdadeira rebeldia era ver esse pessoal cruzando a cidade de calça de couro preta no verão, enquanto todo o mundo derretia na calçada. Isso sim é resistência!

Se na gringa o moicano causava espanto, por aqui ele só tinha que sobreviver ao calor de 40 graus e às piadinhas do porteiro do prédio. Imagina o moicano molhado no busão lotado? Não é fácil manter a pose punk no Brasil, meu amigo. Mas quem disse que o punk gosta de vida fácil?

Punk e Política: Mais Que Protesto, É Desespero!

Se ser punk no Brasil já não é simples, imagina ser punk e viver em tempos de ditadura militar? O movimento por aqui foi mais que música, foi um grito desesperado por liberdade. Enquanto na Inglaterra o punk criticava o sistema, aqui no Brasil a situação era ainda mais tensa. Músicas como “ Papai Noel, Velho Batuta ” dos Garotos Podres não só tiravam o sarro do capitalismo, como cutucavam a repressão de todos os lados.

O punk brasileiro era um ato político em si, uma luta pela sobrevivência. Afinal, enquanto o punk britânico berrava “No Future”, o punk brasileiro sabia bem o que era não ter futuro — e não precisei de poesia pra explicar isso.

O Punk Hoje: Das Ruas ao Spotify

Hoje, a galera punk ainda resiste, seja nos palcos ou nas playlists do Spotify. A essência não morreu: o Brasil ainda é caos, e onde tem caos, tem punk. Se nos anos 80 as bandas tocavam em porões abafados, hoje elas gritam para um mundo inteiro ouvir, direto do celular. Mas uma coisa nunca muda: o espírito de rebeldia, a vontade de mudar tudo e, claro, aquele incidentezinhozinho marota.


Conclusão:

O Punk Rock no Brasil é isso: é resistência, é barulho, é crítica, mas também é sobrevivência com bom humor. Porque se tem uma coisa que o brasileiro aprendeu a fazer ao longo do tempo é rir da própria desgraça — e transformar toda essa bagunça em música. Afinal, se a vida é um caos, o som dela só pode ser punk.

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